Artigo - O mundo e Trump - Janguiê Diniz
Surpresa e apreensão. Essas são as duas palavras mais ouvidas quando o tema é o resultado das eleições americanas para presidente. Donald Trump venceu, não por número de votos, mas por número de delegados dos colegiados e provocou uma reação negativa por todo o mundo – bolsas de valores em baixa e o receio mundial que as promessas de campanha de Trump sejam cumpridas.
O tom do discurso da vitória de Donald Trump já não foi tão duro quanto suas propostas de campanha. Entretanto, ao assumir a Casa Branca em 2017, o presidente eleito pode reverter algumas das principais realizações de Barack Obama. Entre elas estão o fechamento do acordo nuclear com o Irã e a ampliação da política externa e do comércio internacional.
Para entendermos melhor o que pode acontecer nos próximos anos: o muro ao longo da fronteira entre EUA e México pode ser utópico de construir e os milhões de imigrantes sem documentos nos EUA podem não ser deportados imediatamente. Porém, os EUA têm o papel de promover maior integração comercial mundial e essa relação pode ser abalada com parceiros comerciais como a China através da imposição de tarifas punitivas de 45% sobre as mercadorias.
Outro ponto preocupante é que, em um de seus discursos, Donald Trump disse que o acordo entre Estados Unidos e Irã, para impedir que a república islâmica possua armas nucleares, seria, no mínimo, reestruturado. Trump já declarou que estava aberto a que o Japão e a Coreia do Sul desenvolvam arsenais nucleares visando conter a agressão da Coreia do Norte e reduzir os encargos dos EUA quanto à defesa dos dois países. Vale ressaltar que o EUA é, hoje, o maior detentor de armas nucleares no mundo.
O presidente eleito também é contra outros acordos internacionais que para ele são nocivos para os EUA. Citamos como exemplo a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), cujo tratado considera obsoleto e dispendioso, pois visa defender países cujos seus partidários “nunca ouviram falar”. O mesmo acontece com o acordo de Paris, que reza sobre programas e planos de combate ao aquecimento global. O povo americano também poderá sofrer com a política exibicionista de Trump. O presidente eleito já aderiu à promessa republicana de que as reformas da saúde lançadas pelo democrata Obama, o ObamaCare, devem ser desfeitas e substituídas.
Há três razões para o mundo estar receoso quando ao novo presidente americano: o temperamento errático de Trump; suas constantes mudanças de opinião com relação à política do Oriente Médio; e o mais importante, seus instintos isolacionistas. A vitória de Trump gerou alarme, choque e pavor. Trump se referiu ao presidente russo Vladimir Putin com admiração, e disse que a votação britânica de junho de 2016 pela saída da União Europeia foi “algo admirável”.
Infelizmente, resta ao mundo aguardar o que acontecerá nos próximos anos. Aguardar e torcer para que o senso e a tolerância estejam presentes no mandato do novo presidente americano.
O mundo e Trump - Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional
O tom do discurso da vitória de Donald Trump já não foi tão duro quanto suas propostas de campanha. Entretanto, ao assumir a Casa Branca em 2017, o presidente eleito pode reverter algumas das principais realizações de Barack Obama. Entre elas estão o fechamento do acordo nuclear com o Irã e a ampliação da política externa e do comércio internacional.
Para entendermos melhor o que pode acontecer nos próximos anos: o muro ao longo da fronteira entre EUA e México pode ser utópico de construir e os milhões de imigrantes sem documentos nos EUA podem não ser deportados imediatamente. Porém, os EUA têm o papel de promover maior integração comercial mundial e essa relação pode ser abalada com parceiros comerciais como a China através da imposição de tarifas punitivas de 45% sobre as mercadorias.
Outro ponto preocupante é que, em um de seus discursos, Donald Trump disse que o acordo entre Estados Unidos e Irã, para impedir que a república islâmica possua armas nucleares, seria, no mínimo, reestruturado. Trump já declarou que estava aberto a que o Japão e a Coreia do Sul desenvolvam arsenais nucleares visando conter a agressão da Coreia do Norte e reduzir os encargos dos EUA quanto à defesa dos dois países. Vale ressaltar que o EUA é, hoje, o maior detentor de armas nucleares no mundo.
O presidente eleito também é contra outros acordos internacionais que para ele são nocivos para os EUA. Citamos como exemplo a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), cujo tratado considera obsoleto e dispendioso, pois visa defender países cujos seus partidários “nunca ouviram falar”. O mesmo acontece com o acordo de Paris, que reza sobre programas e planos de combate ao aquecimento global. O povo americano também poderá sofrer com a política exibicionista de Trump. O presidente eleito já aderiu à promessa republicana de que as reformas da saúde lançadas pelo democrata Obama, o ObamaCare, devem ser desfeitas e substituídas.
Há três razões para o mundo estar receoso quando ao novo presidente americano: o temperamento errático de Trump; suas constantes mudanças de opinião com relação à política do Oriente Médio; e o mais importante, seus instintos isolacionistas. A vitória de Trump gerou alarme, choque e pavor. Trump se referiu ao presidente russo Vladimir Putin com admiração, e disse que a votação britânica de junho de 2016 pela saída da União Europeia foi “algo admirável”.
Infelizmente, resta ao mundo aguardar o que acontecerá nos próximos anos. Aguardar e torcer para que o senso e a tolerância estejam presentes no mandato do novo presidente americano.
O mundo e Trump - Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional
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