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Polícia da Bahia vai auxiliar investigação da morte de Beatriz em colégio de PE

As investigações da morte da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, assassinada a facadas no dia 10 de dezembro do ano passado, durante uma festa no colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, ganhará reforço nas próximas semanas.

Após um pedido feito pelos pais de Beatriz, Sandro Romilton e Lúcia Mota, ao governador do Estado de PE, Paulo Câmara, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) autorizou a entrada da Polícia Civil (PC) da Bahia no caso. Até o momento nenhum suspeito foi preso e a investigação segue em sigilo.

Beatriz foi morta com cerca de 42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola.

O corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada depois de um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Apesar do sigilo, o delegado responsável pelas investigações, Marceone Ferreira, confirmou ao G1 que os peritos da Bahia foram autorizados pela SDS a entrar no local do crime. Ele disse ainda que os profissionais de Salvador se disponibilizaram a ajudar no que fosse preciso. Questionado se já existe uma data para início dos trabalhos da PC da Bahia no caso, Marceone disse que ainda não foi definido.
O pedido de reforço nas investigações foi feito pelos pais de Beatriz, no dia 19 de julho, durante um encontro em Recife, com o governador Paulo Câmara, com o chefe da Polícia Civil, Antônio Barros e com o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.

“Quando estivemos em Recife para entregar o abaixo-assinado, tivemos a oportunidade de comunicar ao governador que estávamos em contato direto com o Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia. Aproveitamos a conversa para fazermos solicitações e eles disseram sim para tudo o que foi solicitado”, disse Sandro.

O pai de Beatriz se diz mais confiante e acredita que a Polícia Civil da Bahia trará contribuições. “Com a entrada do Departamento de Polícia Técnica da Bahia novas perícias e exames serão realizados. Teremos uma força tarefa de duas polícias. Sem falar em novos materiais e pessoal especializado, como psiquiatra forense e agentes da inteligência do Estado. Podemos dizer que não falta mais nada”, explicou.

Ainda de acordo com Sandro, uma reunião foi realizada no Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) em Recife e em breve um encontro será feito em Salvador.

“Os estados já assinaram esse convênio. E nessa reunião vão decidir todas as providências. Já conversamos também com o Ministério Público de Pernambuco e com o delegado Marceone”, detalhou.

Em nota, a Secretaria de Defesa Social confirmou que no dia 19 de julho, logo após o encontro com os pais de Beatriz, o secretário Alessandro Carvalho manteve contato com o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, para solicitar apoio na investigação do caso, o que foi imediatamente confirmado.

A SDS disse ainda que é prematuro responder detalhes da cooperação, pois as equipes dos dois Estados irão se reunir para definir como será o processo, assim como o número de profissionais envolvidos. A secretaria reforçou ainda que todos os esforços estão sendo empenhados pela polícia de Pernambuco para solucionar o caso.

Crime
Beatriz saiu de perto da mãe, Lúcia Mota, por volta das 22h08, quando pediu para ir até o bebedouro, localizado na parte inferior da arquibancada e não retornou mais. O corpo da menina foi encontrado por volta das 22h50, em uma sala de material esportivo que estava desativada, devido a um incêndio que ocorreu em outubro de 2015.

O delegado Marceone Ferreira disse, em uma entrevista, que, pelo menos, cinco pessoas que eram funcionários do colégio podem ter participado do crime. Segundo o delegado, essas pessoas mentiram ou entraram em contradições durante os depoimentos. Mas, ele alegou que até o momento não tinha provas suficientes para pedir a prisão de possíveis envolvidos na morte.

Em março, o colégio noticiou que todos os funcionários declarados como suspeitos pela polícia foram demitidos da escola.

Ainda de acordo com a polícia, 10 dias antes do crime, três chaves do colégio sumiram. Elas teriam passado por dois assistentes disciplinares e um segurança. Ao final do dia, o fato foi registrado em um livro de ocorrência da escola. Para a polícia, as chaves podem ter sido utilizadas como rota de entrada e fuga dos suspeitos.

Taisa Alencar
Do G1 Petrolina

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