Viciada em internet perde marido, emprego e 33 kg e fica seis meses internada
Já se passaram seis meses desde que Lucélia Cristina Paes, de 26 anos, iniciou o tratamento contra o vício em internet em uma clínica de Araçoiaba da Serra (SP). A doença, que a fez perder o emprego, o marido e 33 quilos – por deixar de viver a vida real para se dedicar exclusivamente à online –, ainda não está totalmente controlada e, por isso, a proximidade do término do tratamento, previsto para daqui a dois meses, assusta a paciente. "Tenho medo do mundo lá fora, de como vai ser fora daqui, pois não quero mais voltar a ter a vida que eu tinha antes", conta a jovem.
Antes da internação, Lucélia havia trocado o dia pela noite e até esquecia de comer. Ela trabalhava pensando na hora do intervalo, em que poderia pegar o celular que ficava guardado no armário da empresa. Como o tempo livre não era suficiente, Lucélia saiu do emprego para se dedicar única e exclusivamente ao vício eletrônico. Já o marido, cansado de "disputar" a atenção dela com a internet e de sentir ciúmes com as conversas dela em salas de bate-papo – que geraram várias brigas – acabou pedindo o divórcio.
Como parte do tratamento, Lucélia iniciou há alguns dias a etapa de ressocialização, quando o paciente da clínica retorna à sua casa por um pequeno período na tentativa de voltar a se acostumar com o ambiente e, também, com o convívio familiar. A jovem ficou por cinco dias em casa, tempo que considerou insuficiente para saber se irá, de fato, conseguir superar o seu vício. "O computador estava lá, na minha frente, em nenhum momento usei. Só que, quando penso em sair de vez da clínica, sinto medo de sair e depois ter que voltar."
Durante os cinco dias que permaneceu em casa, que fica na cidade de Tatuí (SP), a paciente contou com o apoio da família para se manter longe da vida on-line. Principalmente da filha, de seis anos, que, apesar da pouca idade, ficou no pé da mãe o tempo todo para que ela não tivesse uma recaída. "Ela ficava falando pra mim: 'mãe, não entra na internet mais. Não chega mais perto do computador'. Até na hora que ela quis tirar uma foto comigo, não pegou o celular. Disse que era melhor usarmos a máquina fotográfica mesmo", relembra Lucélia.
Após a visita, a primeira desde a internação, a paciente admite que teve um choque de realidade, da vida que tem dentro da clínica, onde tudo é regrado e o acesso à vida on-line não depende dela, e da que terá depois do término do tratamento, quando só dependerá dela para ficar longe da tecnologia. Por conta disso, ela se preocupa e se questiona muito se conseguirá ter o autocontrole necessário para se manter longe do vício que destruiu, momentaneamente, a sua vida.
Andamento do tratamento
De acordo com a psicológa responsável pelo tratamento, Ana Leda Bella, a recuperação de Lucélia é diferente da de um paciente viciado em drogas, já que ela não irá conseguir, depois que sair da clínica, ficar totalmente longe do uso de tecnologias. "Para ela é muito mais difícil do que um usuário de entorpecentes, ela vai ter que saber usar, colocar limites. Não poderá usar como lazer a internet, apenas, se for o caso, como ferramenta de trabalho", explica.
Ana ainda acrescenta que a dependência de Lucélia na internet se deu devido ao fato de ela ser uma pessoa muito carente e ansiosa, que buscava a vida on-line para poder ter algo para dominar, diferentemente do que ocorria na sua vida pessoal. "Essa dependência foi para buscar algo novo, para se sentir bem, já que ela usava, basicamente, a internet para se relacionar com as pessoas, seja amorosamente ou para aumentar o círculo de amizades que tinha.
" Daqui a duas semanas, a paciente deve voltar para casa, mas, dessa vez, ficará fora da clínica por sete dias. Porém, terá que seguir todos os procedimentos estipulados dentro do seu tratamento, como, o mais óbvio, não usar nenhum tipo de equipamento com acesso à internet e não ficar sozinha em nenhum momento. "Se a Lucélia completar todas as etapas corretamente, daqui a dois meses ela encerra o tratamento. Mas, caso isso não ocorra, ela poderá ficar mais tempo com a gente", finaliza a psicológa.
Fonte: G1 Sorocaba e Jundiaí
Antes da internação, Lucélia havia trocado o dia pela noite e até esquecia de comer. Ela trabalhava pensando na hora do intervalo, em que poderia pegar o celular que ficava guardado no armário da empresa. Como o tempo livre não era suficiente, Lucélia saiu do emprego para se dedicar única e exclusivamente ao vício eletrônico. Já o marido, cansado de "disputar" a atenção dela com a internet e de sentir ciúmes com as conversas dela em salas de bate-papo – que geraram várias brigas – acabou pedindo o divórcio.
Como parte do tratamento, Lucélia iniciou há alguns dias a etapa de ressocialização, quando o paciente da clínica retorna à sua casa por um pequeno período na tentativa de voltar a se acostumar com o ambiente e, também, com o convívio familiar. A jovem ficou por cinco dias em casa, tempo que considerou insuficiente para saber se irá, de fato, conseguir superar o seu vício. "O computador estava lá, na minha frente, em nenhum momento usei. Só que, quando penso em sair de vez da clínica, sinto medo de sair e depois ter que voltar."
Durante os cinco dias que permaneceu em casa, que fica na cidade de Tatuí (SP), a paciente contou com o apoio da família para se manter longe da vida on-line. Principalmente da filha, de seis anos, que, apesar da pouca idade, ficou no pé da mãe o tempo todo para que ela não tivesse uma recaída. "Ela ficava falando pra mim: 'mãe, não entra na internet mais. Não chega mais perto do computador'. Até na hora que ela quis tirar uma foto comigo, não pegou o celular. Disse que era melhor usarmos a máquina fotográfica mesmo", relembra Lucélia.
Após a visita, a primeira desde a internação, a paciente admite que teve um choque de realidade, da vida que tem dentro da clínica, onde tudo é regrado e o acesso à vida on-line não depende dela, e da que terá depois do término do tratamento, quando só dependerá dela para ficar longe da tecnologia. Por conta disso, ela se preocupa e se questiona muito se conseguirá ter o autocontrole necessário para se manter longe do vício que destruiu, momentaneamente, a sua vida.
Andamento do tratamento
De acordo com a psicológa responsável pelo tratamento, Ana Leda Bella, a recuperação de Lucélia é diferente da de um paciente viciado em drogas, já que ela não irá conseguir, depois que sair da clínica, ficar totalmente longe do uso de tecnologias. "Para ela é muito mais difícil do que um usuário de entorpecentes, ela vai ter que saber usar, colocar limites. Não poderá usar como lazer a internet, apenas, se for o caso, como ferramenta de trabalho", explica.
Ana ainda acrescenta que a dependência de Lucélia na internet se deu devido ao fato de ela ser uma pessoa muito carente e ansiosa, que buscava a vida on-line para poder ter algo para dominar, diferentemente do que ocorria na sua vida pessoal. "Essa dependência foi para buscar algo novo, para se sentir bem, já que ela usava, basicamente, a internet para se relacionar com as pessoas, seja amorosamente ou para aumentar o círculo de amizades que tinha.
" Daqui a duas semanas, a paciente deve voltar para casa, mas, dessa vez, ficará fora da clínica por sete dias. Porém, terá que seguir todos os procedimentos estipulados dentro do seu tratamento, como, o mais óbvio, não usar nenhum tipo de equipamento com acesso à internet e não ficar sozinha em nenhum momento. "Se a Lucélia completar todas as etapas corretamente, daqui a dois meses ela encerra o tratamento. Mas, caso isso não ocorra, ela poderá ficar mais tempo com a gente", finaliza a psicológa.
Fonte: G1 Sorocaba e Jundiaí
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