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PM ainda não sabe o que motivou surto de policial no Farol da Barra: 'estamos surpresos'

Alta cúpula da Polícia Militar participou de entrevista coletiva nesta segunda-feira (29) (Foto: Paula Fróes/CORREIO)

A Polícia Militar ainda não sabe o que motivou o "surto psicótico" do soldado Weslei Soares, que bloqueou por quatro horas a frente do Farol da Barra e acabou sendo alvejado e morto por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (29), o comandante da PM, coronel Paulo Coutinho, afirmou que não há conhecimento de nenhuma situação que pudesse ter motivado a situação no Farol da Barra. 

"Estamos todos surpresos e atônitos com o que aconteceu", disse o comandante. 

Ainda de acordo com ele, Weslei morava com a irmã e tinha terminado um relacionamento amoroso há pouco tempo, mas de forma amigável. 

O coronel disse ainda que está em contato com a família do policial desde o início das negociações e que os familiares chegaram a vir para Salvador, mas que não houve tempo para que eles chegassem até o Farol da Barra. "Reforço nosso cumprimento institucional à família. Estamos desde o primeiro momento em contato permanente e dando suporte total", afirmou. 

Sobre a ação do Bope, o comandante explicou que não tinha como prever o que poderia acontecer caso os policiais não tivessem reagido aos disparos. "O policial quando tem uma ação dessa faz com o objetivo de defender a sociedade e tentar uma redução de danos, ninguém sabe o que poderia acontecer se ele continuasse com a sequência de disparos". 

Weslei estava há 13 anos na corporação e nunca tinha acionado os serviços de psicologia da corporção, segundo o comandante. 

Palavras desconexas 
O comandante do Bope, major Cledson Conceição, afirmou que Weslei falava palavras desconexas durante todo o tempo. "Lamentamos imensamente o fato, usamos de todas as técnicas para resoler da melhor forma. Nós não conseguimos trazê-lo à realidade, o policial estava fora de si. A todo momento tentamos esse contato com o soldado Weslei, mas não tivemos sucesso", explicou. 

Ele disse ainda que a última tentativa aconteceu antes de o soldado disparar contra os policiais. O major garantiu que todos os procedimentos foram usados antes que o policial fosse alvejado. 

Morte confirmada 
O policial militar Weslei Soares, que bloqueou a frente do Farol da Barra e efetuou disparos para a cima, na tarde deste domingo (28), teve a morte confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). Ele estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser baleado por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no início da noite. A morte foi confirmada às 22h41. 

Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), às 18h35, o soldado afirmou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. Os policiais, então, dispararam dez vezes contra Weslei. “No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique, o negociador. 

O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Clédson Conceição, afirmou que os policiais buscaram utilizar técnicas de negociação e impedir um confronto, mas que Weslei “atacou as equipes”. “Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", justificou. Conceição disse que tentaram fazer com que Weslei se estregasse, mas que “essa negociação alternava em picos de lucidez com loucura. Ele não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado”.

Fonte: Correio24horas

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