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Artigo: Interdição da Cadeia Pública de Bonfim e a Segunda Trindade.


Assassinatos, roubos, tiros, facadas, tráfico de drogas, arrombamentos e... liberação de presos. Isso mesmo, liberação dos nossos algozes. É a imagem completa do inferno na terra. Essa é a situação atual na Vila Nova da Rainha. A cidade está agonizando e de joelhos diante dos maus feitores. Mas o que de fato está acontecendo em Senhor do Bonfim? Vejamos.

Há duas trindades nessa região. A primeira é a santíssima trindade que busca resgatar e consolar o homem; a segunda trindade é formada por homens assentados sobre as instituições de Bonfim, e se cadenciam pelo orgulho, capricho e insensatez. Mas deveriam se orientar pelo bom senso e pela lei, não aquela lei... “dura lex sed lex” (A lei é dura, mas é a lei), mas seguirem os princípios que regem o Direito. É sobre a segunda trindade que faremos algumas considerações, para entendermos como em Bonfim cada um faz o que quer, não importando os anseios da coletividade. Aqui, a segunda trindade poderosíssima, traz em si, o capricho! Diverge em absoluto da trindade santíssima, onde habita a temperança e o equilíbrio.   

Pois bem, a quem interessa a interdição da Cadeia Pública de Bonfim? Será que interessa ao povo dessa cidade? Acredito que não. A cadeia foi interditada em uma canetada, sob a alegação de violação dos direitos humanos e o desrespeito a dignidade da pessoa humana; não da população, mas dos presos. Não houve nenhuma preocupação com as consequências, somente com o capricho da decisão egocêntrica de todos os envolvidos – segunda trindade. Enquanto gestores, líderes ou chefes... as pessoas devem vislumbrar o que ficará no lugar daquilo que se pretende extinguir, ou com o alcance de suas decisões, isso se chama responsabilidade. Não é somente acabar por acabar.

Sim, se pergunta, e depois? O que ficará no lugar? O caos?... interditou a cadeia e deixou pepino para outras instituições e para o povo? Então o certo é manter o preso em quartel da PM? um absurdo. Desde o fim da ditadura militar não se ousou deter um civil em quartel da PM. Além de serem tidos (outrora), como centro de torturas, não existe nenhuma estrutura para manutenção de presos, mesmo que provisoriamente. Caberia aos comandantes da PM se respaldarem tecnicamente, e jogarem a responsabilidade para a segunda trindade, dado que a PM, e demais forças ostensivas, não compõem o poderio da segunda trindade. 

Se as dependências do quartel da PM não gozam de estrutura física para manterem pessoas detidas, por que a segunda trindade não aponta um local para a permanência dos detidos? Não seria igualmente desrespeito à dignidade dos presos mantê-los em presídios de viatura, ou em quarteis? e assim sendo, não seria abuso de poder ou controvérsia da decisão da segunda trindade? Os presos têm sua dignidade somente na Cadeia de Bonfim? Bom, resta o povo saber que o único local em Senhor do Bonfim, onde existe uma cela bem construída, e recentemente reformada, e portanto digna, é no Fórum – lá na parte de trás. Mas a segunda trindade não assumiria esta responsabilidade, mesmo de forma solidaria. Todavia, deveria, pois da interdição surgiram ilegalidades, que é a permanência de preso em quartel. Isso é descabido!

Mas... por que não se interditou o Hospital Regional, que se encontra em uma reforma interminável, maltratando e servindo de depósito de doentes há tanto tempo? Por que não se interditou as escolas sem merenda em condições sub-humanas? Só os presos devem ser bem cuidados nessa cidade? As filas desumanas que os aposentados encaram para receberem seus benefícios nos bancos, isso não é desumano também? Claro que sim, mas somente os presos gozam de direitos. Volto a perguntar, e talvez essa seja pergunta do “milhão”, a quem interessa a interdição da Cadeia Pública de Bonfim? Deve ter existido uma motivação para a decisão do meritíssimo, isso é bem lógico. Talvez aí esteja o poder de manipulação dentro da própria trindade – onde o menor se faz maior pelo seu grau de manipulação, ele é o grande manipulador.

Recentemente, a segunda trindade, proibiu a Guerra de Espadas em Bonfim, em atitude tão desvirtuada que mais pareciam alienígenas em meio aos terráqueos. Na verdade, a segunda trindade é toda alienígena e imatura. Sobra capricho e falta bom senso. A segunda trindade também lacrou uma igreja evangélica construída no Parque da Cidade. Tamanho foi o ódio dessa decisão, que no lugar da porta, construíram uma parede, para que o povo veja o poderio da segunda trindade. Uma violência e embaraço à liberdade de culto do bonfinense. Ainda está lá para que todos possam ver. E agora essa, a total interdição da Cadeia Pública de Bonfim. Sabe o que isso significa? Que doravante, qualquer guarnição policial, ou qualquer pessoa que seja apresentado em flagrante de algum delito, deve permanecer na delegacia somente o tempo necessário à lavratura do flagrante, depois o delegado devolve o preso para quem o apresentou e quem quiser que se vire para levar o preso para Feira de Santana, já que o complexo Penal de Juazeiro encontra-se lotado.

Existe logística e efetivo das forças policiais para levarem esses presos? Acredito que não. Mas a segunda trindade não se importa com isso. Então a consequência natural de tudo isso será a liberação dos presos, ante a impossibilidade do translado. Ou então o que é pior... as polícias irão acabar não prendendo mais ninguém, pois a recompensa é viajar cerca de 600 km (ida e volta) para levar o preso. Aqui talvez esteja um dos motivos para a escalada da violência nos últimos dias. Os ratos saíram de suas tocas e os gatos nada farão, é muito obvio.

Ainda quero perguntar aos membros da segunda trindade: em que país vocês estão vivendo? Em alguma sociedade utópica? Ponham vossos pés no chão. Existe alguma cadeia pública no Brasil (a exemplo de Bonfim), em condições exigidas pela segunda trindade? Claro que não. As cadeias públicas são uma pocilga em todos os lugares, nem por isso as autoridades andam interditando-as, pois, uma vez interditada, a “madeira empena” nas costas de outras instituições e da comunidade, gerando um pandemônio social. Desçam para a realidade magnatas da segunda trindade. Com essas atitudes vocês até aparecem, mas com aviltamento.

Altos cargos devem ser acompanhados de temperança e bom senso, e não venha com esse papo de: “é a lei”. Há algo maior que a lei, os princípios. E acreditem, a supremacia do interesse público está de joelho ao pequeno grupo dos malfeitores, e tudo isso por conta de capricho da segunda trindade que pensam estarem cumprindo a lei, mas na verdade estão expondo a sociedade ao perigo. Um tiquinho de maturidade enxergaria isso.

Outra pergunta, quanto tempo mais esses alienígenas da segunda trindade permanecerão assentadas sobre as instituições de Bonfim? Há deles com mais de dez anos por aqui. Essas funções carecem de oxigenação, elas geram comodismo. Muito oba oba e pouca produção efetiva. Está no tempo de rodar a catraca, ou em pouco tempo, as pessoas pegarão em armas, paus e pedras para se defenderem, ressuscitando a vingança privada, já que as instituições remam na direção contrária.

A segunda trindade jamais reformulará suas decisões por puro capricho. Atearam fogo na selva e correram, deixando o fogo para o povo e para a PM. Todo mundo perde nessa situação, inclusive a segunda trindade, que mesmo não sabendo, se arranha moralmente em sua prepotência! Somente uns ganham, os marginais.

Faz 30 anos que resido em Bonfim, nunca vi tamanha irresponsabilidade com a coletividade, e sinceramente, chega a ser engraçado ver policiais militares correndo de um lado para o outro, sem saber o que fazer com os presos, pois ninguém dá uma solução. Inverteram as coisas por aqui. Ainda bem que temos a PM (Pai e Mãe), por enquanto, porque quando ela alegar a lei, e cumprir somente seu mister constitucional, Bonfim então receberá seu golpe final!

A segunda trindade, que causou toda essa paspalhice, fecham-se em seus caprichos, deixando o circo pegar fogo. Falta maturidade a essa gente! E o mais doloroso é ver uma cidade inteira submissa aos alienígenas da segunda trindade.

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