Caso de Fábio Assunção engrandece o debate sobre o alcoolismo
![]() |
Foto: Reprodução |

O especialista comenta que a visão que a sociedade tem sobre o consumo de álcool é cheia de estigmas e frequentemente eles levam à marginalização, criando toda uma trama negativa para com o sujeito e a família.
“Falando em dependência química, principalmente voltado para o álcool, tudo se torna muito mais delicado. Não temos uma cultura de que álcool é uma droga e por isso se banaliza o excesso de consumo dele. No caso dos memes e da música, foi uma forma de trazer à tona um comportamento desenfreado e mostrar para o público. Acredito que se pegarmos a música e trabalharmos em cima dela para falar sobre a problemática é muito mais interessante e saudável do que proibi-la”, completa Ueliton.

“O grande problema quando ouvimos falar desse tema é que pensamos que as pessoas são fracas, são complicadas, mentirosas ou necessariamente ladras. Em especial em relação à dependência química, a reação das pessoas é sempre carregada de preconceitos. E na verdade, existem patologias ligadas ao comportamento que precisam ser tratadas e o próprio preconceito muitas vezes impede o tratamento adequado”, observa.
Ueliton opina que é preciso tirar a valorização pejorativa e assumir uma postura mais madura de querer falar sobre esse tema, pensar e construir novas possibilidades e meios de trabalhar com a dependência química.
“Precisamos crescer e tirar todos os tabus sobre todas as drogas. Acredito que precisamos amadurecer intelectualmente, encarar que existe um problema que não é a droga em si, mas o componente da compulsão que está presente em cada adicto. Quando falamos em tratamento de dependência química, não estamos falando que vamos tratar a droga, mas sim aquele sujeito que tem uma compulsão, que não sabe lidar com limites, frustrações e várias outras questões que são do campo emocional”, afirma. “Ninguém opta por ser dependente. Só se torna dependente aquele que não consegue lidar com seus limites e suas questões, e isso não é uma escolha”, complementa o psicólogo.
Nenhum comentário