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Aécio chama Dilma de leviana e é acusado de nepotismo em debate na TV


O primeiro debate presidencial do segundo turno foi marcado por troca de acusações entre a presidente Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves, principalmente quando o tema corrupção foi abordado no final do segundo bloco do encontro promovido pela emissora Band, nesta terça-feira.
Em um dos momentos mais tensos, Aécio acusou sua adversária de “estar sendo leviana” ao dizer que o tucano entregou a um tio as chaves do aeroporto de Cláudio (MG), construído pelo governo de Minas Gerais. Em seguida, Aécio afirmou que o governo atual “virou um mar de lama”, em referência às denúncias de pagamento de propinas em obras realizadas pela Petrobras, investigação feita pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato.
Dilma reagiu e acusou o tucano de praticar o nepotismo ao nomear parentes para cargos públicos, sem citar quais. A temperatura começou a subir quando, no início desse bloco, Aécio disse que o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso na Lava-Jato, recebeu elogios em em ata de reunião da empresa pelos “bons serviços prestados”, ao se demitir do cargo.
O tucano perguntou a Dilma que “bons serviços” eram esses. Em resposta, Dilma disse que sua indignação em relação ao que foi descoberto pela PF “era a mesma de todos os brasileiros”. E passou a enumerar casos de corrupção durante os governos tucanos que, segundo ela, não levaram ninguém à prisão, como o mensalão em Minas e as denúncias de cartel nas licitações do serviço de transporte sob trilhos em São Paulo. Em seguida,citou o Aeroporto de Cláudio:
"Como o senhor explica ter construído um aeroporto que na época custava R$ 13,9 milhões e agora custa R$ 18 milhões. E foi construído em terreno de sua família, no terreno de seu tio e chave fica em poder dele? Eu não acho isso nada moral e nem ético".
Aécio reagiu irritado:
"Eu quero responder à candidata Dilma olhando nos seus olhos. A senhora está sendo leviana. O Ministério Público Federal atestou a regularidade dessa obra. Fiz milhares de obras no meu governo. Todas elas atestadas como obras corretas. A obra de Cláudio, que a senhora insiste em repetir e também de forma leviana no seu horário eleitoral, tanto que o TSE retirou do ar, foi uma obra feita em área desapropriada em desfavor de um tio avô meu para beneficiar uma região próspera, onde estão mais de 150 indústrias. O Ministério Público Federal disse que a obra é correta".
Paternidade de programas em foco
Na sequência de acusações, Dilma disse que, ao contrário do que Aécio afirmara, o Ministério Público não aceitou a ação penal, mas está apurando se houve improbidade administrativa, frisando que isso significa “mau uso dos recursos públicos”. Na esteira de acusações, Dilma disse que o tucano empregara “um irmã, um tio, três primos e três primas” no governo.
"A senhora tem obrigação de dizer onde minha irmã trabalha. Não pode fazer campanha com tantas inverdades", reagiu Aécio, encerrando esse bloco.
No início do terceiro bloco, logo após essa discussão, Dilma não respondeu a Aécio, mas disse que leviano era ele.
A paternidade dos programas sociais também foi um tema recorrente. Dilma acusou o tucano de ter propostas que são somente continuidade de projetos implantadas por petistas durante os 12 anos em que estão no poder.
"As únicas propostas que a senhora apresenta são a continuidade dos meus projetos. Pode entrar no Tribunal de Contas do Estado que o governo de Minas Gerais foi obrigado a assinar um termo de ajustamento de gestão. No Samu, vocês têm o terceiro pior desempenho. Vocês só têm (a cobertura do Samu) em 28% dos municípios e 45% da população não tem Samu. Como posso acreditar que o senhor vai fazer o Mais especialidades?".
Nesse ponto, Aécio afirmou que “ninguém é dono de bons projetos” e que programas bem-sucedidos do atual governo como Bolsa Família, são continuação de iniciativas da gestão de Fernando Henrique Cardoso, como Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação.
Já no início do debate, Dilma e Aécio trocaram acusações sobre suas gestões à frente da Presidência da petista e do governo de Minas, respectivamente. A petista citou números sobre o governo mineiro, principalmente na área da Saúde, e o tucano respondeu dizendo que Dilma faltava com a verdade.
Ainda no primeiro bloco, Aécio disse que os dois candidatos pareciam de oposição, porque “quem vê a sua campanha acha que a senhora não governou”. Já Dilma respondeu, afirmando que parecia que o senador parecia candidato da situação porque insistia em falar na continuidade de seus projetos.
Logo na primeira pergunta, Dilma disse que os tucanos votaram contra a CPMF e acusou Aécio de não investir na Saúde o que determina a Constituição, quando estava à frente do governo mineiro. Aécio respondeu que todas as contas de sua gestão foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Ao responder a Dilma sobre o Mais Especialidades, promessa da petista para a Saúde, Aécio disse que a ideia é copiada do PSDB e provocou a adversária ao dizer que Dilma parece uma candidata de oposição.
"A sua proposta do Mais Especialidades é a nossa. Lamento que a senhora só tenha se preocupado com isso quando seu governo termina. A impressão que tenho é que temos dois candidatos de oposição. Não temos um candidato de continuidade. Quem vê a sua campanha acha que a senhora não governou o Brasil ao longo de todos esses anos",  atacou Aécio.
Dilma reagiu com um jogo de palavras: "E quem vê agora as suas propostas pensa que o senhor é candidato da situação, porque as únicas propostas socais que apresenta é a continuidade dos meus projetos", disse Dilma.
Quando Dilma disse que Aécio, no governo de Minas, não repassava o mínimo determinado pela Constituição à Saúde, o tucano retrucou:
"O governo da senhora chegou num determinado momento em que os investimentos do Bolsa Família eram contados como investimentos em Saúde. Minas é reconhecido pelo Ministério da Saúde como o que tem a melhor Saúde da Região Sudeste".
Correio24horas

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