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Ilha do Rodeadouro é paraíso natural no Vale do São Francisco‏

Foto: Vicente Kresiak

Considerado um dos rios mais importantes da América do Sul, o Velho Chico, como também é conhecido o rio São Francisco, apresenta diversas atrações turísticas, além de todo o potencial econômico trazido pela agricultura irrigada – a exemplo das cidades Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), maiores exportadoras de frutas tropicais do país. O rio oferece, à população ribeirinha, belas paisagens que encantam ao longo dos seus 2.863 km até desaguar no Oceano Atlântico.

Em uma dessas paisagens pode ser avistada uma ilha de areias brancas, águas doces e calmas, considerada um paraíso natural pelos seus moradores – a ilha do Rodeadouro, localizada a aproximadamente 12 km do centro da cidade de Juazeiro, no sertão baiano.

Esse paraíso já é conhecido no Vale do São Francisco, mas também atrai turistas de outras regiões do país. É o caso do eletricista Ederson Francisco dos Santos, 31 anos, nascido em Senhor do Bonfim, que frequenta a ilha do Rodeadouro há mais de 10 anos. Ele descobriu a ilha por meio de indicações de amigos, e trouxe para visitar o balneário a irmã e o cunhado, que vieram de Uberlândia (MG). “Eu venho aqui todos os anos, nas férias. É um local agradável, aconchegante, família”, disse.

Em períodos de alta temporada, principalmente no verão, é possível registrar um público que varia entre três e quatro mil pessoas por dia nos finais de semana. Para fazer a travessia de tanta gente, os moradores do povoado do Rodeadouro formaram uma associação, dividindo entre os membros o lucro das viagens feitas de barco.

Mas nem sempre foi assim. O presidente da Associação dos Proprietários e Condutores de Barcos da Ilha do Rodeadouro, Israel Cardoso, conta que no começo da visitação à ilha, os pescadores disputavam a preferência de cada turista. “O transporte era feito naquelas canoinhas pequenas e eles disputavam o passageiro ficando aquela confusão. Cada um queria pegar um passageiro para poder ganhar mais”, lembra.    
O vai e vem das embarcações 

Fundada há cerca de 30 anos pelo atual presidente Israel Cardoso, a Associação dos Condutores de Barcos da ilha do Rodeadouro conta com quatro embarcações para realizar a travessia dos visitantes. Um barco com capacidade para 110 passageiros, outro com 64 lugares e mais dois barcos com capacidade para 40 passageiros cada.

Esses barcos são equipados com coletes salva vidas, possuem manutenção mensal e são inspecionados pela Marinha do Brasil. “Nós temos mecânicos especializados e fazemos manutenção constantemente. Os barcos são equipados com todos os equipamentos necessários para a navegabilidade”, explica Israel.

A vegetação de Caatinga pode ser percebida em pontos desertos da ilha, usada por muitos para acampamento.

A ilha e seus sabores 

Para a hora do almoço, as opções de pratos típicos, que podem ser encontradas nas 32 barracas de comidas e bebidas na ilha, é bem variada. A carne de bode, já tradicional na região, está presente com a carne de sol, frango e os acompanhamentos: feijão-tropeiro, arroz, salada, farofa e macaxeira. Porém, segundo os comerciantes, o prato mais pedido pelos clientes é o peixe, seja nas espécies tambaqui, piranha, dourado, pial, tilápia, entre outros; e podem ser servidos fritos, assados ou ao molho, a depender do gosto do freguês.

O sustento que vem da ilha 

A associação dos barqueiros foi criada para dividir o lucro das travessias entre os moradores do povoado e, assim, estimular a geração de emprego e renda, beneficiando aproximadamente 32 famílias de barqueiros que atuam no transporte de turistas e visitantes. Além dos recursos gerados pela travessia, a movimentação de turistas no balneário estimulou a abertura para o comércio informal - feito pelos vendedores ambulantes -, e para o formal, feito por vendedores de comidas e bebidas que deu origem a outra associação, formada pelos barraqueiros da ilha do Rodeadouro.

Segundo o presidente da Associação dos Barraqueiros da Ilha do Rodeadouro, Pedro Francisco Alves, 42 anos, que também tem um restaurante na ilha, aproximadamente 300 pessoas tiram seu sustento e o de suas famílias da venda de comidas e bebidas no balneário. “Essa ilha é muito importante pra mim, dela tiro o meu sustento”, afirma.

Para a comerciante Maria do Socorro dos Santos, 52 anos, que há aproximadamente 26 é dona de um restaurante na ilha do Rodeadouro, a barraca Beira Rio da Socorro é o local de onde tira o sustento de toda a família. “Isso é uma benção que Deus deu e a gente agradece muito, porque é o que ajuda a gente a sobreviver”, diz a comerciante. O agricultor Givaldo Antônio dos Santos, 52 anos, que há quase 29 anos também trabalha como barqueiro aos finais de semana para complementar a renda da família, conta como é prazeroso trabalhar na ilha. “É um trabalho que a gente faz com prazer, com profissionalismo, eu sou feliz de trabalhar aqui”, conta Givaldo.

Capacidade empresarial e diversidade ambiental 

Para o gerente de turismo de Juazeiro, Jomar Benvindo dos Santos, a ilha do Rodeadouro é um dos maiores potenciais turísticos da cidade, no entanto precisa ainda de muito investimento. “A ilha do Rodeadouro é um potencial turístico com capacidade empresarial, com diversidade ambiental, cultural e gastronômica, mas ainda precisam ser pensados projetos sociais para transformá-la em ponto turístico de fato, de acordo com o modelo de turismo sustentável”, argumenta o gerente.

Ascom Codevasf

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dsd