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Jaguarari, eu te venero todo dia?

O que falar da essência de um povo? Como definir a conduta de um cidadão jaguarariense?
A indefinida capacidade de voltar-se para si próprio faz com que os espaços sejam vazios, escuros e um tanto supérfluo. Valorizar-se não significa estar num leilão de jogo de interesses, onde quem der mais levará o voto. O voto se torna cada vez mais algo inconsciente.
A beleza de ter um olhar crítico diante de uma sociedade fragilizada não existe mais? Um lugar onde o povo não procura verdadeiramente a sua origem, um lugar parado e fragmentado por tanta falta de senso de compromisso com o bem de todos. Pessoas egoístas!
Sei lá... As pessoas querem demasiadamente aparecer só de quatro em quatro anos, cidadãos iludidos por uma “politicagem medíocre”? Não se faz politica em Jaguarari, aqui se busca o poder. A prefeitura torna-se um objeto de excessivo desejo e prazer...
“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” (Abraham Lincoln).
Todos somos por natureza seres políticos, assim é possível alongar o bem de uma sociedade por base em ações contínuas de todos, contribuindo para a elevação dos níveis de reflexão e abrangendo o sentido de viver em comunidade.
É engraçado, muita gente que só lembra de agir em meio ao calor das eleições. Como eleger alguém sem primeiro eleger os níveis de caráter que cada um tem?
Ah, não se vê mais o caráter, mas sim, a ambição. Os lobos na pele de cordeiros estão espalhados por toda parte, pessoas que nunca falam com ninguém e que não são nem um pouco simpáticas de uma hora pra outra se transformam em seres comunicativos, atenciosos e prestativos. Até quando vamos viver enganados?
Candidatos que não tem perfil de nos representar. As pessoas daqui são iludidas muito facilmente e os “pacotes” são ofertados na maior cara de pau. Vendem o voto, vendem o caráter, vendem a conduta, vendem a alma?
Pessoas viciadas em viver de aparência, enaltecem o ego e enfeitam seus discursos melosos com uma sarcástica hipocrisia.
No embalo das eleições todos dão seus tapinhas nas costas e se perguntam o que irá acontecer. Onde estão os idealizadores? Onde estão as pessoas que pensam?
O ofuscamento leva a um fim não esperado, as delongas virão avassaladoras e desgastantes. Uma cidade fuzilada pela passividade, uma redondeza metralhada pela falta de reflexão. Pessoas impulsivas que votam por paixão. Cada vez mais fanáticas e cegas, se corrompem pelas promessas utópicas.
Uma juventude parada e calada, pessoas que só gritam quando estão apertando no seu calo, não entendem que cada um na sua particularidade pode ser substancial para a junção do mosaico das cores da nossa cidade. Que cor Jaguarari tem? De que cor você enxerga o seu entorno?
Desafio a todos para que deixem de fanatismo e votem ideologicamente, deixem de paixão e manifestem as suas saudáveis inquietações. E se buscam o poder tomem muito cuidado, pois a vida é uma roda gigante, as vezes se está por cima e outras se está por baixo.
E se você acha que ficar ai sentado imaginando que as decisões da cidade não passam pela sua analise pode ter certeza que está muito enganado, pois em todos os âmbitos a escolha de um bom representante reflete na vida de todos. Pois somos singulares, mas é no plural que nos encaixamos. Quando o “eu” e o “tu” se juntam formam o “nós”...
Votar em alguém? Escolher um representante? Dissimular essa ideia? Votar nulo? Sei lá... O importante é saber que a escolha de cada um será de bastante relevância para o rumo da vida em comunidade... Jaguarari querido berço onde nasci?
Fique esperto! O tempo urge!

“A política... há muito tempo deixou de ser ciência do bom governo e, em vez disso, tornou-se arte da conquista e da conservação do poder.”
(L. Bianciardi)

Escritor e Poeta jaguarariense Matheus Diniz
Espero você para alongarmos o diálogo... Até breve!

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