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Personalidades recebem a Medalha dos Direitos Humanos Agassiz Almeida

Encerrando as festividades comemorativas dos 125 anos da independência de Itabaiana e contando com a participação dos mais diversos segmentos sociais e políticos, realizou a Câmara de Vereadores sob a presidência do vereador Wellingson da Fônseca, no dia 26 do corrente, no salão de eventos Maison Finesse sessão especial com o objetivo de conceder a Medalha dos Direitos Humanos Agassiz Almeida ao padre João da Costa, benemérito educador de nossa cidade e ao escritor Reginaldo Araújo, presidente da Academia de Letras Mato-Grossense do Sul.

Dando início à solenidade falou o presidente da Câmara dos Vereadores que destacou a importância da entrega da Medalha dos Direitos Humanos Agassiz Almeida aos homenageados. Logo após foram tocados os hinos nacional e o de Itabaiana. Em seguida, usou da palavra o prefeito Antônio Carlos Júnior que ressaltou: “Momento alto dos 125 anos da nossa Itabaiana com a concessão da Medalha dos Direitos Humanos Agassiz Almeida aos homenageados. Aprendi logo cedo com o meu pai Antônio Carlos a cultuar todos aqueles que prestam serviços à nossa nação”. Em seguida falou o vereador Ronaldo Gomes, autor da propositura criando a referida comenda: “Os 125 anos da independência de Itabaiana apontam a grandeza da nossa história.” Emocionado discursou o padre João da Costa: “Esta festa é para este vulto da recente história da Paraíba, Agassiz Almeida, escritor nacional e com uma trajetória de homem público que nos dignifica”.

Com a palavra Reginaldo Araújo: “Agradeço a comenda que recebo, mas quero fazer esta comparação entre o grande naturalista suíço Luís Agassiz que viveu no século XIX e o consagrado escritor Agassiz Almeida, uma história viva das lutas pelos direitos humanos no Brasil e no mundo”.

Após a entrega das medalhas aos homenageados, falou Agassiz Almeida: “Antes que ressoem as minhas primeiras palavras quero prestar um tributo de gratidão ao industrial e amigo Antônio Carlos, o verdadeiro idealizador desta festa e da Medalha dos Direitos Humanos cravada com o meu nome. Oh! construtores de destinos, padre João da Costa e Reginaldo Araújo. Padre João da Costa em cujas mãos carrega estes dois bastões: na direita a fé sacerdotal e na esquerda os frutos do saber que semeou nesta terra. Aos 12 anos ingressou no templo que faz a aliança da vida com a eternidade, o Seminário Diocesano Pio XII. Ordenou-se padre em 1950, e construiu a maior obra da humanidade pelo saber: ensinou as novas gerações a olhar o mundo. Em 1970, despede-se da batina sem perder a fé cristã. Deixou um rebanho de almas e foi construir um santuário familiar, do qual nasceram três filhos, um deles, José Guilherme, meu colega de Ministério Público, aqui presente.

E este Reginaldo Araújo? Nasceu em Itabaiana, moleque traquino nas barrancas do rio Paraíba. Partiu de Itabaiana e se transvestiu num cigano andaluz por este Brasil afora até ouvir o canto da sereia que o levou a Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Este irrequieto Reginaldo publicou 16 obras e produziu a maior delas, o hino de Itabaiana.

Entregastes-me, senhores vereadores, o bastão dos direitos humanos nesta cidade, a um caminhante da vida, que enfrentou graves intempéries do mundo. Conheci os porões dos cárceres da ditadura militar e os gabinetes palacianos como deputado federal constituinte. Chego aqui carregado de cicatrizes e carrapichos, mas com a visão aberta aos desafiantes problemas do nosso país. Desde jovem eleito vereador por Campina Grande, em 1954, abracei estas causas: a luta pelos Direitos Humanos; a luta dos camponeses por um pedaço de terra para trabalhar, desde a porfia dos campesinos alemães no século XVI até o enfrentamento dos trabalhadores sem-terra em Alagamar, Itabaiana, ao lado de Dom Hélder Câmara, Dom José Maria Pires, Vanderlei Caixe, Assis Lemos e João Pedro Teixeira.

E, afinal, fascinou-me a mística dos revolucionários que vem de Spartacus, nos anos 70 antes de Cristo contra o Império Romano, dos heróis da Revolução Francesa com Danton, Robespierre, Marat e até aqui em Itabaiana nos anos de 1824 com a célebre batalha do Riacho das Pedras durante a Confederação do Equador comandada por Félix Antônio e sua esposa Maria Joaquina Santana.

Despeço-me com estas palavras dos vereadores e do jovem prefeito Antônio Carlos cuja administração construiu a maior obra humanista de Itabaiana”.

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