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Unidade de controle do oídio do cajueiro será instalada no Nordeste da Bahia

Os agricultores de caju do Nordeste da Bahia irão contar com a implantação de uma Unidade Demonstrativa de Controle do Oídio, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroindústria Tropical, com sede no Ceará, para controle do Oidio (Oidium anacardii). Trata-se de uma doença que ataca os tecidos jovens da planta, as inflorescências, pedúnculos e castanhas. A iniciativa integra ações do Governo da Bahia para recuperar a cultura de caju no estado, que ocupa o quarto lugar na produção nacional da fruta.

Na Bahia, a produção de caju é, em sua maioria, de agricultores familiares e se concentra em municípios como Cícero Dantas, Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo, Banzaê e Antas. Dados do IBGE apontam 20 mil hectares plantados, com uma produção de seis mil toneladas/ano.

Para socializar técnicas e metodologia que serão aplicadas na Unidade Demonstrativa, estão sendo realizadas até esta quarta-feira (31), visitas de campo nos pomares de cajueiros de municípios do Território Semiárido Nordeste II. A atividade envolve técnicos da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), do Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (SETAF) de Ribeira do Pombal, da Embrapa Ceará, da Fundação Banco do Brasil e representantes da Cooperativa dos Cajucultores Familiares do Nordeste da Bahia (Cooperacaju).

De acordo com o técnico da Bahiater, José Augusto Ferreira, a Unidade Demonstrativa de Controle do Oídio, será implantada, em Ribeira do Pombal, sob orientação de pesquisadores da Embrapa/CE. “O controle do oídio do cajueiro será feito com a aplicação de enxofre, um produto inócuo à saúde humana e ao meio ambiente e apropriado para cultivos orgânicos”.

O pesquisador da Embrapa/CE, Luiz Serrano, conta que entre as atividades realizadas estava a escolha da área para instalação da unidade de controle. “Na próxima florada aplicamos os produtos recomendados para prevenir a doença e no ciclo produtivo de 60 dias já teremos um resultado da ação”. As aplicações serão testadas com dois produtos à base de enxofre, uma vez por semana ou quinzenalmente. “O agricultor tem que ficar atento ao surgimento dos botões florais, momento propício para combater o oídio”.

Ícaro Renê, diretor da Rede Cooperacaju, acredita que a ação consolidará o avanço do desenvolvimento da cadeia produtiva da cajucultura na Bahia, na busca da sustentabilidade econômica, social e ambiental. “Essa ação representa um marco para inúmeros cajucultores do Nordeste do estado, que possuem nessa cultura a única fonte de renda em períodos de estiagem. Nos últimos anos sofremos bastante com a ocorrência da doença”, ressalta o diretor.

Plano de fortalecimento
Desde 2014, a Bahia conta com um Plano Estadual de Fortalecimento da Cajucultura, que estabelece diretrizes, metas e ações para serem executadas até 2019. O plano, pioneiro entre os estados do Nordeste, foi construído de forma articulada, com a participação da Casa Civil e da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) e de agricultores familiares ligados á Rede Cooperacaju, com foco na expansão da produção de novas áreas de caju, assistência técnica e extensão rural (ATER), modernização do processo produtivo e comercialização.

Sobre a Doença
O oídio (Oidiumanacardii) vem provocando severos prejuízos para os produtores de caju nos últimos anos. As perdas podem ocorrer tanto na produção de castanhas como no pedúnculo do caju. Os prejuízos têm sido recorrentes e relatados por pequenos, médios e grandes produtores da região Nordeste do estado, afetando toda a cadeia produtiva dessa importante fruteira industrial. Por isso estão sendo executadas medidas emergenciais que atendam às necessidades de controle da doença, de modo que a cajucultura baiana não seja ainda mais prejudicada.

Ascom SDR

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